São João de Brito nasceu em Lisboa, Portugal, em 1647. Muito cedo, aos nove anos de idade, foi para a Corte do rei de Portugal, como pajem do Infante D. Pedro. Apesar do ambiente, graças à educação recebida na família, permaneceu fiel aos ensinamentos cristãos. Em 1662, aos 15 anos, entrou na Companhia de Jesus e em 1673 foi ordenado sacerdote. Sua grande vontade era seguir os passos de São Francisco Xavier e ser missionário na Índia. Seu desejo foi atendido e logo depois de ordenado padre, ele partiu de Lisboa em companhia de mais 16 missionários. Durante os seis meses de uma difícil viagem, ele foi o apóstolo da tripulação, tanto do ponto de vista espiritual, como temporal, cuidando dos mais fracos e doentes. Na Índia procurou adaptar-se aos costumes e à cultura do país, adotando não apenas os trajes usados pelo povo, mas e sobretudo  procurando entender e viver de acordo com seus costumes. Dedicou-se a pregar o Evangelho aos “párias” que pertenciam à classe social mais baixa do país, e como um pária era considerado. João de Brito foi muito perseguido pelos brâmanes que constituíam a elite das quatro classes sociais da Índia, que temiam que a pregação do Evangelho pudesse ameaçar o domínio que exerciam sobre o povo. Ele sofreu sede, fome, frio, nudez e perseguições, foi preso, açoitado e exposto aos maiores ultrajes em praça pública. Finalmente foi expulso e deportado para Portugal.  Em Portugal foi convidado pelo rei Pedro II para ficar na Corte, como seu conselheiro, mas não aceitou e, indiferente às ameaças de prisão e morte, voltou para  anunciar o Orientes ao povo indiano. Foi decapitado na cidade de Oriur Ter, na Índia, no dia quatro de fevereiro de 1693. A notícia de sua morte, em vez de desanimar, aumentou o zelo dos missionários, firmou a fé dos novos cristãos e converteu grande número de pessoas. São João de Brito foi canonizado em 1947.

     Hoje São João de Brito que escolheu exercer sua atividade missionária, numa terra distante onde era grande o número de necessitados, reitera nossa certeza de que a opção preferencial da Igreja pelos marginalizados e deserdados, é uma opção verdadeiramente evangélica. Os párias de ontem são os excluídos de hoje. Os brâmanes de ontem são aqueles que hoje, com receio de perderem o domínio que exercem sobre os mais simples, tentam, a todo custo, impedir que o povo tome  consciência de sua cidadania, de seus direitos , de sua dignidade de seres humanos  criados à imagem e semelhança de Deus.

ARQUIDIOCESE DE SÃO SALVADOR DA BAHIA

BRASIL

São  Pedro

Paróquia de

04 DE FEVEREIRO

SÃO JOÃO DE BRITO

FONTE: LIVRO SANTIDADE ONTEM E HOJE, POR ZÉLIA VIANNA, PUBLICADO PELA PARÓQUIA DE SÃO PEDRO

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