Irene,  Ágape e Quilônia eram irmãs. As três sofreram o martírio durante o reinado de Diocleciano que desencadeou a mais prolongada perseguição contra os cristãos. Em fevereiro do ano 303, foi publicado o primeiro decreto que mandava fechar  todas as casas de oração e determinava  a entrega de  todos os escritos sagrados, para serem queimados. No ano seguinte, veio novo decreto que condenava à pena de morte,  sob a acusação de crime de lesa-majestade e posse de escritos mágicos, os cristãos que se recusassem a oferecer sacrifícios aos deuses romanos. Santa Irene escondeu grande parte dos livros cristãos em sua casa e fugiu para as montanhas, juntamente com as duas irmãs. Elas foram denunciadas, presas,  levadas à presença de Dulcério, que era o governador da Macedônia, e  submetidas a intenso interrogatório, mas permaneceram firmes e  confessaram sua fé e obediência ao Deus único e verdadeiro. Ágape e Quilônia foram condenadas à fogueira e aceitaram com alegria a sentença, lamentando apenas que Irene não estivesse ao lado delas. Santa Irene foi presa novamente e submetida a novo interrogatório. O governador censurou-a e ofertou-lhe o perdão, mas impôs uma condição: que ela prestasse culto aos deuses romanos. Como permanecesse firme em sua fé, foi exposta nua, à vergonha pública, mas nem assim ela cedeu. Vendo que Irene não retrocedia, o governador ordenou que  tivesse o mesmo destino que as irmãs. Irene subiu para a fogueira, cantando salmos e assim permaneceu até perder os sentidos. O grande crime das três  mártires foi o de amar as Sagradas Escrituras e escondê-las dos perseguidores, para que os cristãos das gerações vindouras   pudessem lê-las. As atas do martírio dessas três mulheres constam dos registros da Sala de Justiça de Tessalônica e foram publicadas por Súrio e Dom Ruinart.

        Em nosso mundo  carente de bons livros e leituras sadias, as três santas cuja festa celebramos hoje, nos convidam a dar especial destaque à Palavra de Deus, pois ela é tão necessária para a nossa vida como o ar que  respiramos  e a comida que comemos, já que, como disse Jesus, nem só de pão vive o homem, mas de toda palavra que sai da boca de Deus. Hoje Santa Irene, Santa Ágape e Santa Quilônia nos lembram  que a Palavra de Deus precisa ser tratada como um verdadeiro tesouro, pois é nela que encontramos ânimo e força para enfrentar as armadilhas e dificuldades impostas pelos ‘dioclecianos’  e ‘dulcérios’ deste  tempo.

ARQUIDIOCESE DE SÃO SALVADOR DA BAHIA

BRASIL

São  Pedro

Paróquia de

03 DE ABRIL

SANTAS IRENE, ÁGAPE E QUILÔNIA

FONTE: LIVRO SANTIDADE ONTEM E HOJE, POR ZÉLIA VIANNA, PUBLICADO PELA PARÓQUIA DE SÃO PEDRO

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