São Benedito José Labre nasceu em Amettes, França, no dia 26 de março de 1748. Era o primeiro dos 15 filhos de modestos agricultores. Estudou na escola do vilarejo e  aprendeu noções de latim com um tio materno. Desde cedo se mostrou inclinado à vida contemplativa. Quis ingressar num mosteiro trapista, mas os pais não consentiram. Aos 18 anos tentou o mosteiro de Aldegonda, contudo não foi aceito. A mesma recusa recebeu dos monges cistercienses de Montagne, na Normandia, onde chegou, após ter andado 60 léguas a pé, em pleno inverno. Por fim ingressou no mosteiro dos cartuxos em  Neuville onde passou apenas seis semanas. Após esse tempo entrou como noviço no mosteiro cisterciense de Sept-Fons. Aos 22 anos tomou a grande decisão de sua vida: seria mendigo e peregrino. Seu mosteiro seria o mundo, representado pelas ruas e estradas de Roma. Dos 35 anos que viveu, pelo menos 13 ele os passou como peregrino. Era chamado  “O vagabundo de Deus” e “O cigano de Cristo”. No saco de pobre peregrino carregava todos os seus tesouros: o Novo Testamento, o livro “A Imitação de Cristo”  e o Breviário. No peito, um crucifixo, no pescoço um terço e nas mãos um rosário. Vivia entre os mendigos, alimentava-se de pão e algumas ervas, e passava as noites ao relento, entre as ruínas do Coliseu de Roma, orando e meditando. Durante o dia fazia peregrinações aos santuários, de preferência ao de nossa Senhora de Loreto. Devoto do Santíssimo Sacramento, ele estava sempre aos seus  pés.  Tudo o que recebia se apressava a dividir com  os outros pobres. No dia 15 de abril de 1783, após participar da Santa Missa na igreja de Nossa Senhora dos Montes, foi encontrado desfalecido na rua, já agonizante. Um açougueiro  o recolheu e o levou para sua casa,  onde ele  morreu. São Benedito José Labre foi sepultado na igreja de Santa Maria dos Montes, na presença de grande número de pessoas, e foi  canonizado em 1823 por Leão XIII. É um santo muito popular em Roma, considerado modelo perfeito de penitência e pobreza.

No passado, por amor e solidariedade aos mais pobres e últimos da escala social, um homem se fez pobre, peregrino e morador de rua. Hoje São Bento Labre, o “Cigano de Cristo”,  nos convida a lançar um olhar sobre essa nossa sociedade injusta e gananciosa que dá as costas aos valores do Evangelho e não esboça  o menor gesto de solidariedade e fraternidade, para com os pobres que ela mesma fabrica e  joga nas ruas, condenando-os às drogas, à mendicância, à prostituição.

ARQUIDIOCESE DE SÃO SALVADOR DA BAHIA

BRASIL

São  Pedro

Paróquia de

15 DE ABRIL

SÃO BENEDITO JOSÉ LABRE

FONTE: LIVRO SANTIDADE ONTEM E HOJE, POR ZÉLIA VIANNA, PUBLICADO PELA PARÓQUIA DE SÃO PEDRO

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