Hoje a  Igreja, e de modo especial a Igreja na Coréia, celebra  a memória de André Kim e seus companheiros, todos mártires. O Evangelho de Jesus chegou às terras coreanas,  através de livros trazidos  da China. Inicialmente a intenção dos coreanos era  fazer uma pesquisa intelectual sobre a verdade da Palavra de Deus, mas terminaram se convertendo e reconhecendo Jesus  como o Cristo Ressuscitado e Salvador do Mundo. Em 1784 eles enviaram a Pequim  uma pessoa da comunidade, e lá ela foi batizada. Dessa boa semente nasceu a primeira comunidade cristã em terras coreanas, uma comunidade “sui generis”, porque a única na história da Igreja fundada inteiramente  por leigos. Essa comunidade, apesar de jovem e inexperiente, resistiu bravamente às dificuldades  e perseguições,  tendo no período de 50 anos tido a ajuda de apenas dois padres que vieram de Pequim, para orientá-la e assisti-la. Era uma comunidade orante que buscava viver o amor fraterno, não fazia distinção de  classes sociais,  incentivava as vocações religiosas  e procurava, cada vez mais, uma união com o Bispo em Pequim e até com o Papa, na distante Roma. Somente em 1836 chegaram à Coréia os primeiros missionários franceses. Alguns destes se encontram entre os mártires  que foram, juntamente com André Kim, canonizados pelo Papa João Paulo II em seis de maio de 1984, quando de sua histórica visita à Coréia, para celebração dos 200 anos de cristianismo em terras coreanas.  Os mártires foram em número de 103, a maioria nascida na Coréia, sendo 11 padres e 92 leigos, com idades entre 13 e 72 anos. Entre eles, homens e mulheres, sacerdotes e leigos, crianças e adultos, pobres e ricos, nobres e gente do povo que deram a vida pela causa do Evangelho de Jesus.

Embora haja ainda quem  diga que não é papel da Igreja opinar sobre  questões econômicas, sociais e políticas, e que a  sociedade estaria melhor  se os cristãos se limitassem a rezar,  Santo André Kim e seus companheiros mártires que não vacilaram  em entregar a vida pela evangelização da Coréia, nos pedem  uma reflexão sobre o papel e o lugar do leigo na Igreja e no mundo. Hoje, mais do que nunca, a Igreja precisa de um laicato forte e organizado,  de homens e mulheres imbuídos do espírito do Evangelho, que não tenham  medo falar de Deus e com bastante coragem para viver no  mundo da família, do trabalho, da educação, da saúde  e da política,  a política do serviço, da fraternidade e do bem comum.

ARQUIDIOCESE DE SÃO SALVADOR DA BAHIA

BRASIL

São  Pedro

Paróquia de

06 DE MAIO

SANTO ANDRÉ KIM E COMPANHEIROS MÁRTIRES

FONTE: LIVRO SANTIDADE ONTEM E HOJE, POR ZÉLIA VIANNA, PUBLICADO PELA PARÓQUIA DE SÃO PEDRO

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