São João I, Papa e mártir, nasceu em Senas,  cidade da Toscana, na Itália.  Ainda adolescente foi para Roma onde se distinguiu pela ciência e vida de piedade. Ordenou-se sacerdote, mais tarde foi nomeado cardeal e em 523, com a morte de Santo Hormisdas foi eleito Papa. Seu pontificado durou pouco mais de dois anos e meio. Do ponto de vista administrativo e pastoral, São João I demonstrou grande zelo. Terminou  e restaurou cemitérios e a basílica de São Paulo, situada fora dos muros de Roma. Foi por  sua iniciativa que o monge Diniz, o Pequeno, estabeleceu o ciclo do nascimento de Jesus, ainda hoje em vigor na Igreja,  e foram dados os primeiros passos para o canto gregoriano, obra que mais tarde viria a ser assumida por São Gregório Magno. São João I é autor de um tratado intitulado “A Fé Católica” e de uma carta que trata da história da liturgia batismal. São João I viveu numa época difícil para a Igreja. O conflito entre os imperadores Justino e Teodorico caracterizou  seu pontificado e levou-o ao martírio. Teodorico, o rei dos ostrogodos, chamado O Grande, era imperador do Ocidente e residia na Itália. Justino Augusto, o Católico, era imperador do Oriente e residia em Constantinopla. Teodorico era ariano, isto é adepto da heresia que afirmava que em Jesus só havia a natureza humana, mas não perseguia os féis e rodeou-se de bons ministros. Justino, pensando possivelmente em reinar também na Itália, decidiu, a partir do ano 534, reprimir o arianismo e unificar a Igreja. Tratava-se de uma disputa de poder não somente em nível religioso, mas também econômico e que trouxe uma série de mal entendidos. A pedido de Teodorico, o Papa foi a Constantinopla, tendo sido muito bem recebido por Justino. Mas  essa viagem desgostou muitos fiéis que julgaram que ele havia abraçado a causa dos arianos. Quando o Papa voltou a Roma, Teodorico,  irritado, porque ele havia coroado o imperador Justino e nada havia conseguido em favor dos arianos, pensou em mandar decapitá-lo. Com receio, porém, que os italianos não aprovassem sua atitude, lançou-o  numa prisão onde ele passou fome e sede, vindo  a falecer no dia 18 de maio de 526. Quatro anos mais tarde seu corpo foi trasladado para a igreja de São Pedro, no Vaticano.

Hoje, como no passado, as disputas pelo poder, a ganância de ter, continuam fazendo vítimas. No passado São João I foi condenado a morrer de fome e sede. Hoje uma grande maioria, e em especial a maioria pobre e simples que vive em meio às   disputas pelo poder que os grandes deste mundo travam entre si, continua morrendo de fome e de sede. Fome  e sede de pão, de saúde, de escola, de terra, de emprego, de justiça.

ARQUIDIOCESE DE SÃO SALVADOR DA BAHIA

BRASIL

São  Pedro

Paróquia de

18 DE MAIO

SÃO JOÃO I

FONTE: LIVRO SANTIDADE ONTEM E HOJE, POR ZÉLIA VIANNA, PUBLICADO PELA PARÓQUIA DE SÃO PEDRO

SANTO DO DIA (voltar)