Guilherme nasceu em  Vercelli, na Lombardia, Itália. Muito cedo perdeu os pais, que eram ricos  e nobres. Aos 15 anos, tornou-se monge e iniciou uma série de peregrinações pela Europa, visitando os mais famosos santuários, inclusive Santiago de Compostela para onde foi a pé e descalço. Estava decidido a ir à Terra Santa, quando foi vítima de alguns ladrões que o espancaram barbaramente. Esse incidente, e mais os conselhos de São João de Matera, o convenceram a buscar outro tipo de vida. Vendeu  os bens que possuía e se dirigiu para o sul, para uma montanha deserta no reino de Nápoles, muito apropriada para o tipo de vida que desejava, que era de isolamento e de oração. Quando, porém, esse  isolamento começou a ser rompido por pessoas que, atraídas por sua santidade, o procuravam, ele fugiu e foi para o  Monte Virgílio onde ergueu uma bela igreja dedicada a Nossa Senhora. Pouco a pouco foram chegando discípulos e entre eles muitos sacerdotes,  e foi  assim que nasceu a Congregação  dos Eremitas de Montevergine, que foi aprovada pelo Papa Calisto  em 1119, e que posteriormente se estendeu por toda a Itália. São Guilherme de Vercelli não escreveu uma regra específica para a congregação, contentando-se com o ensino oral e o exemplo de vida. Ele fundou outros mosteiros, entre os quais o de Goleto onde veio a falecer. Rogério V,  rei de Nápoles, quis conhecê-lo pessoalmente e encantado com sua amabilidade e devoção, lhe facilitou a fundação de uma casa em Salerno,  confiando-lhe a missão de pregar  e reformar os costumes na Corte. Mas  as invejas e as queixas logo surgiram e junto com elas as calúnias. Pensando que talvez Guilherme fosse um hipócrita, o rei, valendo-se de uma mulher, quis colocar à prova sua virtude. O resultado foi simplesmente a conversão da mulher que terminou a vida como abadessa, com o nome de Inês de Venosa. Guilherme morreu no dia 25 de junho de 1142, aos 57 anos de idade.

           Hoje como no passado, a cruz é inevitável para  os que,  como são Guilherme de Vercelli,  têm, como proposta de vida, reformar os abusos dessa corte na qual se transformou o mundo.  A via sacra é a  consequência natural dessa proposta. A cruz é inevitável para os que querem seguir os passos de Jesus.  Claro que não se trata  do sofrer por sofrer, nem do sofrer por prazer, mas do único sofrer que agrada a Deus, que é  aquele que vem como resultado  de nosso empenho em favor de uma sociedade mais humana, de nossa luta por um mundo  de mais fraternidade e justiça.

ARQUIDIOCESE DE SÃO SALVADOR DA BAHIA

BRASIL

São  Pedro

Paróquia de

25 DE JUNHO

SÃO GUILHERME DE VERCELLI

FONTE: LIVRO SANTIDADE ONTEM E HOJE, POR ZÉLIA VIANNA, PUBLICADO PELA PARÓQUIA DE SÃO PEDRO

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