Elias, cujo nome significa “Meu Deus é Javé”, nasceu em Tisbe, no fim do século IX antes de Cristo, e foi  uma das mais fortes personalidades do Antigo Testamento. Grande profeta, não se deixou influenciar pela idolatria  e licenciosidade dos costumes de Canaã,   mas com muita coragem conclamou o povo a permanecer fiel a Javé, o Deus Único, Vivo e Verdadeiro. Grande parte de sua missão se desenvolveu durante o reinado do rei Acab, um rei fraco que era dominado por Jezebel, a  esposa de origem fenícia que levou para Canaã o culto ao deus Baal. Elias apresentou-se diante do rei Acab, repreendeu-o por sua conduta e anunciou-lhe três anos de seca. Por causa disso foi  ferozmente perseguido e obrigado a fugir. Refugiou-se em Sarepta, na Fenícia, em casa de uma  viúva que,  mesmo pobre, não hesitou em lhe dar a  última porção de comida que lhe restava e ao filho único: um  punhado de farinha e um pouco de azeite.  Mas foi recompensada por esse  gesto pois enquanto durou a seca jamais lhe faltou farinha e azeite para saciar  sua fome e a de seu filho. Quando seu filho único morreu, compadecido dela, Elias  intercedeu a Deus e o menino reviveu. Passados os três anos de seca o profeta voltou à presença de Acab e, para demonstrar a falsidade dos ídolos, lançou no Monte Carmelo  um desafio aos 400 profetas de Baal. Aceito o desafio, Elias saiu vencedor. O episódio contudo não pôs um ponto final à perseguição e ele foi novamente obrigado a fugir, caçado como se caça um animal. Foi de  tal modo perseguido que houve um momento em que, desesperado e extenuado, pensou que seria melhor morrer. Mas é  exatamente nesse momento de grande dificuldade e angústia, em que ele se sente inútil e fraco, que Deus vem em seu socorro, restaura suas forças, restitui-lhe a coragem e ele volta para o meio de sua gente. Contudo não é Elias, mas Eliseu, seu discípulo, que termina a obra de reedificação espiritual de  Israel.

  Hoje Santo Elias, que não teve medo de interpelar e desafiar o rei Acab,   nos convida a interpelar a ética e a dignidade de nossos governantes, a questionar  a economia e a política que não trazem benefício ao povo, e a proclamar a vontade de Deus, que consiste na inauguração de uma nova civilização,  alicerçada no direito e na justiça. Mas hoje também Santo Elias nos fala de solidariedade e partilha, e  nos garante  que jamais faltará  farinha na vasilha e  óleo na ânfora daqueles  que,  como a viúva de Sarepta, partilham na alegria e na fraternidade.

ARQUIDIOCESE DE SÃO SALVADOR DA BAHIA

BRASIL

São  Pedro

Paróquia de

20 DE JULHO

SANTO ELIAS

FONTE: LIVRO SANTIDADE ONTEM E HOJE, POR ZÉLIA VIANNA, PUBLICADO PELA PARÓQUIA DE SÃO PEDRO

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