Raimundo Nonato nasceu em Portel, Espanha, por volta do ano 1200. Foi-lhe dado o nome de Nonato, que quer dizer “não nascido”, porque foi extraído vivo do corpo da mãe que morreu durante o parto. Filho de pais pobres, quando menino foi guardador de gado. Certo dia saiu de Portel e foi para Barcelona  onde, aos 20 anos,  ingressou na Ordem dos Mercedários, fundada por São Pedro Nolasco. Um dos carismas da Ordem era  resgatar os escravos cristãos  que caíam em poder dos muçulmanos e a essa missão São Raimundo dedicou sua vida. Um dia o dinheiro para os resgates acabou, e ele se ofereceu em troca da libertação de alguns prisioneiros. Os mouros aceitaram a troca, mas o trataram como um prisioneiro comum. Obrigaram-no a desempenhar os trabalhos mais rudes e submeteram-no aos mais terríveis suplícios. Mas Nonato, fiel à sua missão, aproveitava a situação para evangelizar,  e não apenas os companheiros de prisão, mas os próprios mouros. Essa atitude provocou a ira dos mouros mais rebeldes que o arrastaram pelas ruas da cidade onde foi ridicularizado e açoitado. Para impedi-lo de falar, perfuraram seus lábios e introduziram neles uma argola com um cadeado que só era retirada na hora de comer.  “Agora, quero ver você abrir a boca para catequizar seus irmãos”, diziam-lhe. Mesmo assim, através de gestos ele tentava se comunicar e ensinar a doutrina cristã aos companheiros.  Durante oito meses ficou num cárcere imundo e sujo, com os pés e mãos acorrentados, até que os irmãos mercedários conseguiram resgatá-lo. Com a saúde arruinada voltou para a Espanha. Foi elevado à categoria de cardeal e contam que um dia, nada tendo para dar a um pobre, deu o chapéu cardinalício. O Papa Gregório IX chamou-o para seu conselheiro, mas antes de ocupar o cargo, ele foi atacado por  uma febre violentíssima e morreu santamente no dia 31 de agosto de 1240.  Foi canonizado em 1657. Pela sua difícil vinda ao mundo é considerado protetor das parturientes e parteiras.

Hoje São Raimundo Nonato, que veio ao mundo em circunstâncias dificílimas, desperta nossa atenção para o valor da vida, e os anima a  protegê-la e defendê-la em  todas as suas formas e estágios. Mas hoje também São Raimundo, que por compreender que a fé não pode ser vivida fora do mundo, assumiu a defesa dos marginalizados e escravizados de seu tempo, nos fala da necessidade  de lutar por uma sociedade onde não haja senhores nem escravos, mas simplesmente irmãos. A fé cristã não é aérea nem etérea, mas uma fé concreta, encarnada no chão do mundo. 

ARQUIDIOCESE DE SÃO SALVADOR DA BAHIA

BRASIL

São  Pedro

Paróquia de

31 DE AGOSTO

SÃO RAIMUNDO NONATO

FONTE: LIVRO SANTIDADE ONTEM E HOJE, POR ZÉLIA VIANNA, PUBLICADO PELA PARÓQUIA DE SÃO PEDRO

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