São Cornélio foi  eleito Papa em 251 e seu pontificado foi marcado por muitos conflitos externos e internos. Além da violenta perseguição movida por  Décio contra os cristãos,  ele enfrentou  o cisma comandado por  Novaciano que  defendia a teoria de que não devia ser readmitido na comunidade eclesial quem, depois do batismo caísse em falta grave. Como o Papa  Cornélio se opusesse a essa idéia,   Novaciano partiu para o combate aberto  e proclamou-se Papa em seu lugar. São Cipriano que, na ocasião, era bispo de Cartago, apoiou  Cornélio. No fim do reinado de Décio a perseguição tornou-se mais branda, mas quando o imperador Galo substituiu  Décio, a perseguição  recrudesceu. São Cornélio foi  o primeiro a ser preso. Com intrepidez e em meio aos maiores tormentos confessou sua fé em Jesus Cristo e foi condenado ao exílio onde morreu, no dia 14 de setembro de 252.  São Cipriano nasceu em Cartago, na África, lá pelo ano 210. Pagão, homem de fina educação, advogado, grande orador, fazia  parte da alta burguesia local. Converteu-se  ao cristianismo, foi batizado no ano 245 e mais tarde,  escolhido para bispo de Cartago. Mal tomou posse na Diocese,  estourou  a perseguição movida por Décio. Segundo o decreto do imperador, todo cristão devia possuir um atestado  de cidadão bom e honesto que seria concedido aos que prestassem culto aos deuses romanos. Alguns cristãos, com medo, renegaram a fé e foram chamados de “decaídos”.  Outros subornaram funcionários do governo e,  mesmo sem  satisfazer as condições exigidas, receberam os atestados. Os que assim procederam foram taxados de “libelados”.  São  Cipriano optou pela clandestinidade. Quando a a situação se acalmou,  ele voltou, perdoou os libelados, sem contudo fechar a porta  aos decaídos, no que foi apoiado pelo Papa Cornélio. Com o agravamento da perseguição por parte do imperador Galo, ele foi desterrado, porém  quando viu que foi condenado à morte, voltou para Cartago. Convém, disse ele, “que o Bispo confesse o Senhor  na sua cidade, e deixe  ao povo a lembrança de seu testemunho”. São Cipriano morreu no ano 258, decapitado.   

Hoje, nesse mundo tão pródigo em rixas e pontos de vista inarredáveis, é gratificante relembrar as figuras de Cornélio e Cipriano,  que se deram as mãos para dizer não a  todos os  radicalismos, inclusive  religiosos. Com eles aprendemos  que  mais do que de condenações e prisões,  o que o mundo  precisa é de pessoas de fé magnânima,  mãos acolhedoras e corações misericordiosos.

ARQUIDIOCESE DE SÃO SALVADOR DA BAHIA

BRASIL

São  Pedro

Paróquia de

16 DE SETEMBRO

SÃO CORNÉLIO E SÃO CIPRIANO

FONTE: LIVRO SANTIDADE ONTEM E HOJE, POR ZÉLIA VIANNA, PUBLICADO PELA PARÓQUIA DE SÃO PEDRO

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